Novo rooftop paulistano, Lassù atrai com salão giratório e boa cozinha em Santana

É difícil não se seduzir pela atmosfera do Lassù. Novidade fora do circuito que chegou causando frisson, o restaurante ocupa o rooftop do moderno edifício comercial K1, em Santana. Cheio de pompa, dispõe de lobby e elevador privativos para levar ao 28º andar do prédio.

Todo envidraçado para valorizar a bela vista panorâmica da cidade, o grandioso salão conta com um atrativo extra e único na cidade: as mesas mais cobiçadas ficam sobre uma plataforma giratória de 8 toneladas e 9,20 metros de diâmetro, permitindo diferentes perspetivas ao longo da refeição.

A estrutura desloca-se tão lentamente que mal se percebe o movimento (demora 1 hora e 40 minutos para dar a volta completa).

Felizmente, a gestão da cozinha foi confiada a um restaurateur já com experiência no ramo — o empresário Ricardinho Trevisani, do elegante Ristorantino, nos Jardins.

O cardápio montado por ele e pelos chefs Henrique Schoendorfer (do Ristorantino) e Lucas Campos escora-se em receitas clássicas italianas, como o tonarelli cacio e pepe (64 reais; foto), e outras com toques de brasilidade, a exemplo do risoto de carne-de-sol, abóbora e manteiga-de-garrafa (66 reais).

Poderiam, porém, ter arriscado mais nas entradas, que não empolgam pela criatividade nem pelos valores exagerados.

É o caso, por exemplo, do carpaccio de salmão (55 reais), das bruschettas (42 reais) e dos arancini (43 reais), bolinhos de arroz com açafrão recheado de mussarela de búfala — de fritura sequinha, mas um tanto massudos.

Os pratos principais reservam sabores mais instigantes. Na visita realizada, brilhou a combinação de caranguejo aratu desfiado com risolio (69 reais; foto), risoto sem manteiga que ganha na preparação um toque sutil de limão-siciliano.

Outra pedida saborosa é a lasanha de ragu de vitela (93 reais; foto), sugestão que é uma herança da época que o chef italiano Salvatore Loi foi sócio do Ristorantino.

A receita trazida dos Jardins leva ainda salsa de trufa negra e dois molhos de cada lado de lasanha: de grana padano e demi-glace.

Um dos tintos da carta é o gaúcho Rastros do Pampa Tannat 2019 (149 reais), da vinícola Guatambu. De terça a sexta, no almoço, é servido um menu-executivo por 69 reais. A casa promete para o segundo semestre a inauguração de um bar no andar superior, com terraço ao ar livre.

Ah, o nome lassù significa lá em cima, em italiano.

Lassù
Rua Conselheiro Saraiva, 207 (Edifício K1), 28º andar, Santana, tel.: (11) 2373-7717.
Terça e quarta, 12h/15h e 19h/0h;
Quinta e sexta, 12h/15h e 19h/1h;
Sábado, 12h/17h e 19h/1h;
Domingo, 12h/17h e 19h/23h;
Fecha às segundas-feiras.

Foto do cacio e pepe e do risolio: Renan Magalhães/Divulgação.



HIGHLIGHTS
Lassù

Faixa de Preço: $$$
Tipo de Cozinha: Italiana

Jornalista paulistano, foi crítico de bares da revista Veja São Paulo durante dez anos (2003 a 2013) — período em que escreveu e foi jurado das edições anuais Comer e Beber. Antes, trabalhou como colunista do Estadão (de 1994 a 2001) e colaborou para o Jornal da Tarde e revista Época São Paulo. Em 2014, criou o Taste and Fly, onde publica semanalmente posts sobre os melhores bares e restaurantes de São Paulo além de dicas de viagem e bebidas.

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