Prêmio Taste and Fly: confira os 10 melhores endereços inaugurados em São Paulo em 2025

Chegou a hora do nosso momento mais esperado do ano: o PRÊMIO TASTE AND FLY, que chega em 2025 à sua 11ª edição. Depois de muitas visitas ao longo dos últimos 12 meses, apresentamos nossa eleição dos dez melhores endereços inaugurados em São Paulo em 2025. Neste ano, como sempre, consideramos para a seleção apenas estabelecimentos abertos até o fim de outubro. Todos os vencedores receberão nossa já cobiçada placa comemorativa. Confira:

# Lita (@wine.lita)
Depois de conquistar os paulistanos com o Nelita, a chef Tássia Magalhães e o sommelier Danyel Steinle estrearam em 2025 um atraente wine bar. Numa charmosa esquina bem em frente ao restaurante, o Lita tem seleção de vinhos feita por Danyel. A cada 15 dias, ele destaca pelo menos 20 rótulos entre os mais de 300 disponíveis na adega para apresentá-los aos clientes em taças de 100 mililitros. Antes de escolher um espumante, branco, laranja ou tinto, vale provar o vermute da casa (25 reais). Outro atrativo é a esmerada gastronomia para harmonizar, a cargo de Tássia Magalhães. Um dos destaques, os aspargos chegam cobertos por delicioso molho beurre blanc realçado por bottarga ralada (65 reais). Se a ideia for pedir algo que funcione como prato, cai bem uma das massas reconfortantes, a exemplo do ziti (tipo de massa tubular; 89 reais), servido com ótimo ragu de língua bovina.
Rua Ferreira de Araújo, 333, Pinheiros.

# Mares de La Peruana (@maresdelaperuana)
Criadora da cevicheria La Peruana, a chef Marisabel Woodman resolveu apostar em 2025 em um restaurante de perfil mais estiloso, com preparos com uma dose extra de sofisticação (e preços mais altos também). Natural de Piura, ela se inspirou nas receitas desta região costeira do norte do Peru para elaborar o menu onde pescados e frutos do mar têm grande protagonismo. Quem aprecia entradinhas leves pode se deliciar com a lula grelhada com lâminas de abobrinha (53 reais) — regadas à mesa com uma saborosa água de tomate com óleo de manjericão — ou com o ceviche colán (114 reais), de peixe branco e valorizado por leche de tigre turbinado com ají amarillo e um tentáculo de polvo. Entre os pratos, fazem bonito os robustos camarões-rosa grelhados ao delicioso molho cremoso de pimenta sriracha e chimichurri (149 reais), servidos com arroz no leite de coco e castanha-do-pará.
Rua Ferreira de Araújo, 299, Pinheiros.

# Raio que o Parta Bar (@raioqueoparta.bar)
O bar de coquetelaria do bartender David Barreiro e sua mulher, Marília Fialka, foi um dos destaques desta temporada. A exemplo do célebre bar porteño Florería Atlántico, o Raio que o Parta também fica deliciosamente escondido dentro de uma loja de flores — no caso, a Fialka, que pertence à Marília. Depois de cruzar o salão da floricultura, os clientes encontram um espaço marcado por um jogo de espelhos, iluminação leitosa e balcão de 13 lugares revestido de caquinhos de azulejo. A carta com 19 receitas aposta em quatro vertentes de coquetéis: brasileiros, autorais, clássicos e versões com bebidas sofisticadas. Um dos melhores autorais chama-se cocais (45 reais). Com acidez vibrante e sabor singular, põe a Amazônia na taça ao combinar vodca com bacuri, cordial artesanal de cupuaçu, limão-taiti e açúcar. O Raio que o Parta tem vocação notívaga: funciona até 2 da manhã!
Rua Margarida, 30, Barra Funda.

# Brisa (@brisadobaru)
Dono da Barú Marisquería, o colombiano Dagoberto Torres inaugurou em agosto um novo bar-restaurante, aos pés do Edifício Copan. Como a casa-mãe, aposta no frescor dos preparos marítimos. São catorze novas receitas do chef, apresentadas no formato de pequenas porções para compartilhar. Numa costura harmoniosa de sabores, a guacamole (47 reais) surpreende ao ganhar a companhia de camarão, maionese de pimenta chipotle e folhas de coentro. Outra ótima sugestão é o chora patacón (38 reais). Para comer com as mãos, traz uma base de chicharrón de frango (pele da ave frita). Por cima, entrelaça atum marinado, creme azedo de raiz-forte e ovas de arenque. A seção de bebidas reúne vinhos de pequenos produtores, saquês (a partir de 49 reais a dose) e coquetéis de pegada latina, a exemplo da docinha e cítrica limonada de coco (42 reais), combinação de rum, leite de coco, limão e açúcar.
Avenida Ipiranga, 200 (Edifício Copan), centro.

# Caco (@caco.sp)
Com ambientação que remete a uma osteria moderninha, foi inaugurado em fevereiro pelo jovem e promissor chef paulistano Victor Senna. O menu abraça receitas de várias nacionalidades. Reúne entradas como a tenra almôndega de cordeiro servida com molho de tomate, queijos feta e pecorino e focaccia (67 reais) e o jiló que passa pela frigideira e é finalizado no forno com missô e mel até caramelizar (46 reais). Enxuta, com sete sugestões, a oferta de pratos inclui quatro massas de produção própria, a exemplo do gemelli ao molho pesto com stracciatella (72 reais). Ainda assim, o melhor prato provado ali foi a língua bovina fatiada (65 reais). Supermacia, é cozida em baixa temperatura no sous vide e depois finalizada na grelha. Vem banhada por molho demi-glace e acompanhada de polenta frita em cubos e saladinha de salsinha, dill e hortelã temperada com molho cítrico — que dá um bem-vindo toque de acidez.
Rua Artur de Azevedo, 496, Pinheiros.

# Lena (@lenaemsp)
Com vocação diurna, aberto para café da manhã e almoço, o Lena foi criado pelo chef mineiro Mário Santiago, que apresenta ali receitas de seu estado natal em releituras cheias de personalidade. Ele chegou a São Paulo em 2018, formou-se na Le Cordon Bleu de SP e trabalhou por três anos no Manioca, de Helena Rizzo, antes de inaugurar o Lena, seu primeiro negócio paulistano. Entre os pratos principais, já virou um queridinho da clientela (com razão!) a ótima e vistosa galinhada (67 reais; foto). Bem úmido, envolto num caldo rico em colágeno, o arroz chega potencializado por múltiplos temperos, como shoyu, nam pla e pimentas de cheiro e dedo-de-moça. A sugestão acompanha pétalas de cebola-roxa, sobrecoxa de frango bem crocante e gema de ovo curada em shoyu e cachaça. Também causou ótima impressão o suculento cupim (83 reais), cozido lentamente a vácuo por 12 horas, até desmanchar. É escoltado por sedoso purê de mandioquinha, farofa de feijão frito e molho rôti com um toque de jabuticaba.
Rua Doutor Virgílio de Carvalho Pinto, 98, Pinheiros.

# Marena Cucina (@marenacucina)
Com ambiente classudo que emana aquela eletricidade de badalação, o restaurante italiano cheio de cifrões projetou-se como um dos grandes hotspots do Itaim neste 2025. Foi aberto pelo restaurateur Samuel Rodrigues (que trabalhou por 14 anos no grupo Fasano) e Mário Martins da Costa Jr., ex-executivo da rede Ofner. A dupla convocou para cuidar da cozinha o chef Denis Orsi, que apresenta ali num menu bem variado, com clássicos muito bem executados. Não perca, por exemplo, o excelente rigatoni alla vodca (99 reais), receita ítalo-americana que ganha um toque de novidade, uma salsa picante do embutido ’nduja. O orecchiette alle cime di rapa (94 reais), prato-ícone da Puglia, traz a massa com formato de “pequenas orelhas” com molho de brócolis de rama, linguiça e stracciatella. Se os vinhos têm preços inflacionados, os bem executados drinques (negroni, 55 reais) são um refúgio aos bebedores.
Rua Pais de Araújo, 138, Itaim Bibi.

# Z Deli Restaurante & Delicatessen (@zdelirestaurante)
Histórico endereço judaico fundado em 1981 nos Jardins, o Z Deli passou por revolucionária reforma no fim do ano passado (e por isso concorre ao prêmio TASTE AND FLY só em 2025). Dobrou de tamanho, ganhou deliciosa ambientação com ares de bistrô e se tornou um dos acontecimentos gastronômicos do ano. Ao longo de todo 2025, não houve um único dia sem espera por mesa por lá. O chef Benê Souza é quem toca a cozinha, que agora combina clássicos judaicos do Leste Europeu e das delis americanas com pratos de bistrô, como o bifão de chorizo ao molho bérnaise (114 reais). Outras delícias são o sanduíche de pastrami de wagyu (99 reais), o quibe cru de atum (69 reais) e uma versão da carciofi alla giudia (48 reais), da culinária judaica de Roma, que traz alcachofras empanadas servidas com um suave aïoli de anchovas, queijo pecorino ralado e hortelã.
Alameda Lorena, 1689, Jardins.

# Coda (@_coda.sp)
Criador do bar Apothek (2017-2019) e da marca de coquetéis engarrafados Apothek Cocktails & Co, o bartender Alê D’Agostino iniciou um novo capítulo de sua história com a abertura do Coda, em outubro. O bar de coquetelaria encanta pela ambientação de pegada cool e pela excelente carta de coquetéis. Um dos doze autorais, o clementhí (58 reais) é um abre-alas e tanto. Servido numa elegante taça martini, equilibra-se entre o seco e o frutado numa acertada combinação de gim, aperitivo de tangerina caseiro, vermute branco e Amaro Montenegro. Com várias nuances de sabor e mais leve que o original, o negroni floral (47 reais) harmoniza tequila, Campari, vermute branco, saquê, Luxardo (licor de cereja ao marrasquino) e um toque do aperitivo italiano Cocchi Americano Rosa, da região do Piemonte. O menu traz ainda 17 coquetéis clássicos, como o dry martini (50 reais), uma das especialidades de Alê D’Agostino.
Rua Barão de Tatuí, 223, Vila Buarque.

# Kureiji (@kureiji.restaurante)
Um dos pioneiros da cozinha japonesa contemporânea no Brasil, Adriano Kanashiro retornou a São Paulo com suas audaciosas receitas depois de passar oito anos trabalhando em Gana, na África. Em fevereiro, inaugurou o Kureiji, nos Jardins, onde mostra sua arte de reinventar sushis e sashimis e incorporar ingredientes brasileiros como tucupi e dendê. Em setembro, chegaram novidades ao menu, como o atum com tutano de wagyu (89 reais) e o bao de pimenta coreana recheado de korokke de camarão e carne suína ao molho de shissô, tofu e tucupi (36 reais). Na seleção de sashimis, não deixe de provar o de coco verde (26 reais), surpreendente, e o de atum com raspas de yuzu e molho de alga nori (42 reais). Outra peculiaridade é a apresentação dos sushis, servidos em tigelinhas, para serem saboreados com uma colher de bambu. Um dos melhores combina enguia de água doce com mapará, seu equivalente amazônico.
Rua Guarará, 190, Jardins.

PREÇOS CHECADOS EM DEZEMBRO DE 2025.

Jornalista paulistano, foi crítico de bares da revista Veja São Paulo durante dez anos (2003 a 2013) — período em que escreveu e foi jurado das edições anuais Comer e Beber. Antes, trabalhou como colunista do Estadão (de 1994 a 2001) e colaborou para o Jornal da Tarde e revista Época São Paulo. Em 2014, criou o Taste and Fly, onde publica semanalmente posts sobre os melhores bares e restaurantes de São Paulo além de dicas de viagem e bebidas.

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