Imperdível, Preto Cozinha brilha em Pinheiros com cozinha brasileira de alma moderninha

Todo paulistano sabe que a região de Pinheiros está sempre repleta de novidades. Algumas delas, porém, ocupam prateleiras mais altas em matéria de competência gastronômica. É o caso do Preto Cozinha, inaugurado em maio na Rua Fradique Coutinho (pertinho da Cinesala).

O restaurante ocupa um espaçoso imóvel de decoração descolada-industrial, com cozinha aberta e um aprazível quintal nos fundos, com muitas plantas e alto-astral.

Por trás da empreitada está o advogado e cozinheiro Rodrigo Freire. Soteropolitano, ele montou o cardápio a partir de algumas receitas de memória afetiva de família no qual sabores típicos da culinária baiana recebem um viés mais moderninho.

No time das boas entradas para compartilhar estão os bem-recheados pasteizinhos de arraia (37 reais) e a carne-louca desfiada servida no fofinho pão delícia, típico da Bahia, com queijo mineiro da Serra da Canastra (34 reais; 2 unidades).

Outra tentação de pegada baiana é o camarão encapotado, oferecido por unidade (37 reais; foto). Trata-se de camarão grande envolto em massa de mandioca e empanado com crocante de tapioca. Peça para acompanhar a pimenta da casa, de ardência presente mas nada martirizante.

Um toque característico de azeite-de-dendê (de produção artesanal) dá acabamento a boa parte das receitas, caso do úmido arroz de xinxim (77 reais; foto), que leva sobrecoxa de frango ao molho de camarão-seco e castanha-de-caju e acompanha farofa de banana-da-terra.

Um dos melhores pratos provados nas visitas realizadas foi a polenta cremosa com leite de coco e açafrão, de consistência mais firme, coberta por um inspirado ragu de ossobuco (77 reais; foto). Também brilhou a carne-de-sol grelhada (97 reais; foto) — de miolo de alcatra maturado por 10 dias — servida com pirão de mandioca e vinagrete de maxixe.

A carta de coquetéis é assinada pelo bartender paulistano Christopher Carijó.

Ex-Bar Belle Époque, ele reuniu clássicos e nove receitas autorais, cinco delas com cachaça. Um dos destaques da lista é o caju brother (47 reais), que leva cachaça branca, cajuína, limão-cravo e compota avinagrada de caju e é gaseificado com hortelã.

Fica a torcida para que volte logo à carta o galo preto. Variação do rabo-de-galo, equilibra cachaça Serra das Almas com infusão de óleo de coco mais Cynar e vermute tinto.

Preto Cozinha (@preto.cozinha)
Rua Fradique Coutinho, 276, Pinheiros.
Telefone: (11) 9-9114-3539.
Segunda a quinta, 12h/23h;
Sexta e sábado, 12h/0h;
Domingo, 12h/18h.



HIGHLIGHTS
Preto Cozinha

Faixa de Preço: $$
Tipo de Cozinha: Brasileira

Jornalista paulistano, foi crítico de bares da revista Veja São Paulo durante dez anos (2003 a 2013) — período em que escreveu e foi jurado das edições anuais Comer e Beber. Antes, trabalhou como colunista do Estadão (de 1994 a 2001) e colaborou para o Jornal da Tarde e revista Época São Paulo. Em 2014, criou o Taste and Fly, onde publica semanalmente posts sobre os melhores bares e restaurantes de São Paulo além de dicas de viagem e bebidas.

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