Cava Bar leva seu DNA low profile e drinques clássicos para novo endereço nos Jardins

Ele não figura nesses rankings de cartas marcadas tipo 50th Best e similares, tampouco ostenta bartender celebridade atrás do balcão — mas, podes crer, o simpático Cava Bar se mantém desde 2018 como um endereço que honra a coquetelaria clássica com a devida deferência.

Depois de funcionar por sete anos no subsolo de uma casa na Rua Guarará, o bar de DNA low profile reabriu em agosto em um novo ponto nos Jardins. A nova sede — a poucas quadras do local original — fica na Rua Batataes, num imóvel de fachada estreita que cresce para os fundos.

Também charmosa e toda à meia-luz, já virou um refúgio para casais em clima de date. Uma animada trilha sonora ambiente, que inclui hits de Hot Chip, OutKast e The Clash, embala as conversas e os brindes.

Os 24 drinques que compõem o menu estão organizados na carta de acordo com o perfil de sabor e potência alcoólica.

Bem executado, o penicillin (49 reais) está no time dos ‘cítricos e refrescantes’. Um clássico da coquetelaria moderna — criado em 2005 em Nova York pelo bartender Sam Ross —, é preparado ali com uísque 12 anos, xarope de mel, gengibre e suco de limão. Na finalização, ganha borrifadas do single malt turfado Laphroaig, responsável pelas notas defumadas que se tornaram a marca registrada da receita.

Em seguida, caem bem combinações etílicas da velhíssima guarda, como o londrino hanky panky (55 reais), criado no início do século XX. É elaborado no capricho com gim japonês Roku, vermute tinto Carpano Classico e Fernet Branca.

Também ótima escolha é o potente vieux carré (75 reais; foto que abre o post), lendário coquetel que nasceu em Nova Orleans e reflete bem a mistura cultural da cidade, combinando influências francesas (conhaque e licor de ervas), americana (uísque de centeio) e italiana (vermute).

O valor dele é mais alto, mas quem estiver disposto a investir, não vai se arrepender. É preparado com conhaque Rémy Martin VSOP, uísque Wild Turkey Rye, vermute Carpano Classico, licor de ervas Bénédictine e Peychaud’s Bitters.

Nas visitas realizadas, a única escorregada foi no bitter giuseppe (49 reais). A receita criada em 2007 no bar Violet Hour, em Chicago, chegou fora do ponto, mas trataram de refazer como manda o figurino, com Cynar (amaro italiano de alcachofra), vermute tinto, suco de limão e bitters de laranja.

Para não cair no erro de beber de estômago vazio, mire o tentador tortano (39 reais; foto), pão napolitano feito na casa recheado de linguiça e provolone, e o sanduíche da casa (51 reais), com abobrinha, cogumelos paris, queijo brie e azeite trufado no brioche bem macio.

Cava Bar (@cavabarsp)
Rua Batataes, 176, Jardins.
Quarta a sábado, 18h30/0h;
Fecha domingo, segunda e terça.



HIGHLIGHTS
Cava Bar

Faixa de Preço: $$
Tipo de Cozinha: Petiscos

Jornalista paulistano, foi crítico de bares da revista Veja São Paulo durante dez anos (2003 a 2013) — período em que escreveu e foi jurado das edições anuais Comer e Beber. Antes, trabalhou como colunista do Estadão (de 1994 a 2001) e colaborou para o Jornal da Tarde e revista Época São Paulo. Em 2014, criou o Taste and Fly, onde publica semanalmente posts sobre os melhores bares e restaurantes de São Paulo além de dicas de viagem e bebidas.

Seja o primeiro a comentar