Endereços informais que privilegiam a cozinha familiar oriental e fogem das receitas óbvias com salmão e atum, os izakayas seguem se multiplicando por São Paulo. O caçula da turma é o Kyokuto, casa de nome que significa “extremo oriente” inaugurada em Pinheiros.
Diferentemente da maioria dos izakayas paulistanos, este não tem donos de descendência asiática. Os olhos puxados do proprietário Rafael Dala enganam. Ele é sergipano, filho de gaúcha com capixaba, e tem família de origem indígena.
Cozinheiro com especialização pelo Senac, tornou-se um entusiasta da comida caseira oriental. O cardápio, de preços amigáveis ao bolso, reúne tradicionais receitas coreanas e japonesas, servidas em mesas e num balcão de 12 lugares.
Se o ambiente exageradamente iluminado confere certa frieza ao lugar, o desempenho da cozinha compensa a visita. Vale começar pelo tentador korean fried chicken (foto). A porção, com quatro unidades (14 reais), traz drumetes de frango fritas e lambuzadas com molho de melaço de cana mais as pimentas coreanas gochujang e gochugaru.
Também para compartilhar, o okonomiyaki (12 reais; foto) é preparado aqui ao estilo de Hiroshima. A panqueca japonesa preparada na chapa ganha recheios em camadas de vários ingredientes: repolho, broto de feijão, macarrão oriental, bacon em fatias, ovo frito, maionese japonesa e molho típico do prato (acredite, a combinação é matadora!). Por fim, polvilha-se katsobushi — flocos de peixe seco ralado que, quando em contato com o calor do recheio, parecem “vivos”.
Receita que mereceu repeteco nas visitas realizadas, o coreano japchae (20 reais; foto) é um saboroso macarrão transparente de batata-doce refogado com vegetais como cenoura, cebola, pimentão, cogumelo e moyashi. No tempero, o prato leva ainda shoyu, vinagre de arroz e óleo de gergelim e acompanha kimchi (acelga fermentada picante).
Dala e sua equipe também acertam a mão no kimchi bokkeumbap (25 reais; foto que abre o post), arroz preparado na frigideira com kimchi e cubos de lombo e servido com ovo frito por cima, e no tonkatsu (30 reais; foto), macia copa lombo empanada nas farinhas de trigo e panko servida com gohan, sopa de missô e conserva de gengibre.
O ainda tímido poderio etílico da casa merece ser incrementado. Traz, por enquanto, dois rótulos de saquê — como o seco californiano Ozeki Junmai (18 reais a dose) — e quatro de shochu (foto), que saem entre 22 a 28 reais a dose. Vale provar também a maltada pilsener coreana Kloud (12 reais).
Fique atento ao apertado horário de funcionamento à noite: o Kyokuto só recebe clientes até as 22h.
Kyokuto
Rua Cônego Eugênio Leite, 944-A, Pinheiros, tel.: (11) 3062-7853.
Terça a sábado, 12h/15h e 18h30/22h;
Segunda-feira (só almoço), 12h/15h;
Fecha aos domingos.
HIGHLIGHTS
Kyokuto
Faixa de Preço: $
Tipo de Cozinha: Japonesa e coreana