Os cinco melhores negronis de 2014

Combinação de três partes iguais de gim, Campari e vermute tinto, servido em copo baixo com gelo e decorado com casca ou fatia de laranja, o clássico italiano criado em Florença em 1919 voltou com tudo! Confira os cinco melhores que provei neste ano:

Negroni IsolaBálsamo aged negroni (33 reais; foto à dir.)
Antes um bar de espera do restaurante italiano Tre Bicchieri, no shopping JK Iguatemi, o Isola Bar ganhou vida nova com a chegada de Spencer Jr., um dos melhores barmen da cidade. Ali, Spencer tem carta branca para colocar em prática sua criatividade e perfeccionismo. Depois de provar alguma nova combinação etílica proposta por ele, não deixe de experimentar sua especialidade: o bálsamo aged negroni. Aqui, o negroni ganha um leve toque amadeirado ao ser envelhecido, entre cinco e sete semanas, num pequeno barril de bálsamo.

Negroni infusionado SideNegroni infusionado (32 reais; foto à esq.)
Titular do balcão do bar-restaurante Side, um dos bons endereços abertos neste ano em São Paulo, Talita Simões mandou bem em sua versão do negroni. Aqui, a combinação de gim, vermute italiano Antica Formula e Campari descansa quatro dias numa infusão de cravo, maçã desidratada e bitters.

Smoky negroni (16 dólares; foto no alto da página)
Dentro do faraônico hotel cinco-estrelas Fontainebleau  funciona um dos restaurantes mais disputados de Miami Beach, o ultramoderno chinês Hakkasan — nascido em Londres e hoje também presente em Nova York, San Francisco, Las Vegas, Dubai… O bar da filial de Miami Beach é de cair o queixo e sua carta de coquetéis um perigo para o cartão de crédito. Dica certeira é o smoky negroni (negroni defumado), preparado com gim Spring 44 Old Tom (do Colorado), vermute Antica Formula e Campari. O show começa depois que o drinque sai do mixing glass e vai para um decanter. Ali, recebe fumaça de madeira embebida em licor Grand Marnier antes de ser servido na frente do cliente em um copo com uma esfera maciça de gelo dentro.

Yaguara NegroniYaguara negroni solera (foto à dir.)
Num evento fechado para os colegas da área, o mixologista Márcio Silva apresentou em primeira mão o Yaguara negroni solera (foto à dir.), que deve ser lançado em breve em São Paulo. Ele traz cachaça no lugar no gim, além de Campari e do vermute Carpano Clássico (de Milão). Um vez pronto, o coquetel é envelhecido em barril de carvalho a partir de um processo chamado solera. O resultado final apresenta um blend de três barris com envelhecimento distinto (entre 4 e 6 semanas).

Negroni ChouIl vero negroni (31 reais; foto à esq.)
Um dos melhores restaurantes da cidade, o Chou também dá atenção à coquetelaria. O diferencial do negroni da casa, preparado pelo barman Eduardo Camilo, é ser preparado com o il vero Campari italiano, que não tem importação regular para o Brasil. Completam a receita gim inglês Tanqueray, vermute italiano Antica Formula e duas fatias de laranja-baía. Minhas receitas favoritas na casa são a sempre macia lula na chapa com aïoli (24 reais) e a levemente picante coxa e sobrecoxa de frango sem osso, grelhada com erva-doce e pimenta-caiena (38 reais).

Jornalista paulistano, foi crítico de bares da revista Veja São Paulo durante dez anos (2003 a 2013) — período em que escreveu e foi jurado das edições anuais Comer e Beber. Antes, trabalhou como colunista do Estadão (de 1994 a 2001) e colaborou para o Jornal da Tarde e revista Época São Paulo. Em 2014, criou o Taste and Fly, onde publica semanalmente posts sobre os melhores bares e restaurantes de São Paulo além de dicas de viagem e bebidas.

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